Conheça a importância e a trajetória deste produto que conquista novos admiradores até hoje.
A mitologia nos ajuda a compreender a importância do azeite de oliva na Grécia Antiga e no Império Romano, tanto que os mitos fundadores das cidades de Atenas e Roma estão ligados às oliveiras. A Bíblia também narra fatos em que Jesus prega aos seus discípulos no Monte das Oliveiras e que a pomba branca enviada por Noé volta à arca trazendo um ramo verde de oliveira.
A origem das oliveiras está na região do Oriente Médio, se estendendo até a Turquia, há mais de 6.000 anos. A disseminação da planta ao redor do Mar Mediterrâneo se deu principalmente por motivos comerciais e realizado diversos povos, como os Fenícios, Egípcios, Árabes, Gregos, Cartagineses e Romanos. No Palácio de Knossos, na ilha de Creta, quadros de argila que registram o comércio de azeite de oliva são datados de 1.700 a.C. Próximo a cidade de Urla na Turquia, foi encontrada uma antiga unidade de processamento de azeite de oliva de cerca de 600 a.C.
No entanto, a maior expansão da produção de azeite de oliva se deu na virada do século XVII, quando as grandes plantações de oliveira tinham como objetivo abastecer as crescentes populações das cidades.
Os espanhóis foram os primeiros responsáveis por trazer mudas da oliveira para a América ainda no século XV; inicialmente para a Califórnia, que naquela época era parte do México, e para a Argentina, na região de Mendoza. As oliveiras chegaram ao Brasil com os portugueses e seu plantio foi intensificado com a chegada dos imigrantes italianos no final do século XX. O estado pioneiro foi o Rio Grande do Sul, seguido de Minas Gerais. Ambas as regiões são as responsáveis pelas maiores plantações de olivas hoje.
A nível mundial os principais países produtores são a Espanha, Grécia, Itália e Portugal. A produção no mundo alcança dois milhões de toneladas por ano ou 4% da produção mundial de óleos vegetais e 2,5% de óleos comestíveis.
Contribuição:
VOSSEN, P. Olive Oil: History, Production, and Characteristics of the World’s Classic Oil.HortScience, v. 42, n. 5, p. 1093-1099, 2007.
AZEITE ONLINE. História. Disponível em: <http://www.azeiteonline.com.br/?page_id=2>. Acesso em: mai. 2014.
O azeite de oliva extra virgem é considerado o melhor dos óleos vegetais. Suas características sensoriais reproduzem os aromas e sabores do fruto de origem, mantém todos os elementos de interesse nutricional, não sofre qualquer refinamento e sua acidez deve ficar abaixo de 0,8%. É o azeite que não possui nenhum defeito sensorial, que geralmente é consequência de alguma deficiência nos processos de colheita, transporte das azeitonas, extração ou armazenagem do azeite.
O azeite é considerado pelos profissionais da saúde como um dos melhores alimentos funcionais. O que isso quer dizer? Significa que, além de possuir as funções nutricionais básicas, exerce também benefícios à saúde, prevenindo doenças.
Estudos médicos apontam que o consumo regular de azeite de oliva extra virgem e uma dieta equilibrada fornecem benefícios como a proteção contra doenças cardíacas e a redução da pressão arterial. Os ácidos graxos presentes no azeite de oliva extra virgem permitem a diminuição nos níveis de colesterol LDL – conhecido como “colesterol ruim” – e aumenta os níveis de HDL – ou “colesterol bom”. Já os fenóis contidos no azeite de oliva extra virgem têm propriedades antitrombóticas e anti-inflamatórias. A Vitamina E e o ácido oleico, por sua vez, impedem a oxidação das células. O azeite de oliva extra virgem também leva nos seus benefícios a redução do suco gástrico e dos níveis de açúcar no sangue.
Colocar em prática é algo simples e prazeroso: bastam duas colheres de sopa todos os dias para proteger o coração, melhorar a digestão e reduzir o risco de tumores. Lembre-se que por ser um alimento funcional, o azeite de oliva atua na prevenção de doenças e ameniza sintomas, mas não deve ser visto como remédio ou milagreiro. Consulte um nutricionista sempre que surgir dúvidas sobre alimentos.
Para obter um azeite de oliva extra virgem de qualidade é essencial colher as azeitonas no momento ideal em relação à concentração dos óleos e polifenóis. Este momento pode ser definido quando a maioria dos frutos está mudando de cor – de verde para preta. O método ideal de colheita é a manual ou semi-automatizada, pois danificam minimamente os frutos e a planta. É fundamental garantir que a azeitona permaneça intacta durante o transporte e, logo que possível, menos de 24 horas, inicie-se a extração do azeite.
Atualmente as unidades industriais para extração e armazenamento de azeite de oliva são modernas estruturas altamente tecnificadas, embora ainda chamadas por suas antigas denominações, como lagar em espanhol ou frantoio em italiano.
As azeitonas são lavadas e a seguir são moídas com caroço, excluindo-se as folhas e restos vegetais. A massa ou pasta assim obtida segue para o batedor, que tem por função principal aglutinar as partículas de óleo em gotículas cada vez maiores, que serão separadas da parte sólida na etapa seguinte no decanter. O azeite, então com uma pequena quantidade de água que o acompanha é separado desta por decantação e, por fim, é filtrado e armazenado em tanques de aço inoxidável, que tem suas áreas vazias preenchidas com gases inertes para impedir a oxidação do azeite.
É importante destacar que o azeite de oliva é um produto 100% natural, algo como o "suco" da azeitona, e extraído por meios mecânicos ou físicos (amassamento, decantação e filtração) e não possui adição de quaisquer produtos, mesmo outros óleos vegetais, e não deve sofrer qualquer processo químico ou físico além destes. Isto está na definição de azeite de oliva consagrada pelo COI (Conselho Olivícola Internacional), órgão regulador da olivicultura mundial. Qualquer produto que não atenda estas características não pode ser considerado sequer azeite de oliva, quanto mais em sua classificação máxima, extravirgem, o que infelizmente não é o que encontramos em nossos mercados.
